Aracy de Almeida

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Na década de trinta, um nome já recebia o reconhecimento nacional: Aracy Telles de Almeida.

Nasceu em 19 de julho de 1914, no subúrbio carioca de Encantado, e cantava em igrejas Baptistas. Com 15 anos conheceu o compositor Custódio de Mesquita, que após ouvir a sua interpretação levou-a para a Rádio Educadora. Em depoimento à Revista do Rádio, Janeiro de 1940, Aracy de Almeida explicava como foi o início da sua carreira:

“Estreei na Educadora. Nunca tinha estado antes numa estação. Os meus pais não queriam que eu cantasse para o público. Os vizinhos não olhavam com bons olhos artistas do Rádio, porém, hoje (1949) eles são os meus mais intransigentes fans.”

Aracy de Almeida tornou-se uma estrela nacional. Em 1935, gravou pela primeira vez um samba de Noel Rosa intitulado “Sorriso de Criança”. E, depois disso, tornou-se a maior intérprete do compositor.

Em 1936, a Revista Carioca já noticiava o grande sucesso de Aracy de Almeida. “O samba cantado pelo timbre de sua voz é diferente: malandro sem ser brejeiro; vivo porém sem rebuscamento de breques fora de compasso, é positivamente criado pelo temperamento original... Ela é o samba na sua expressão mais tropical. Um samba que sabe onde nasceu, não nega sua origem e tem orgulho de ser simplesmente samba.”

Uma outra definição interessante sobre Aracy foi dada por Hermínio Bellode Carvalho. “Dama Aracy de Almeida– Arquiduquesa do Encantado. Meu amor por Araca veio junto de outras coisas fundamentais: Chagall, Drummond e Picasso... Ela elevou o palavrão à categoria de uma cantada de Bach.”

Comentários

Esse artigo faz parte da dissertação mestrado "De Passagem pelos nossos estúdios" de autoria de Tereza Cristina Tesser, defendida na Univesidade de São Paulo em 4 de maio 1995.
É importante dar-se o crédito.

Depois da dissertação, agora estou lançando o livro De Passagem Pelos Nossos Estúdios - A Presença Feminina no Início do Rádio no Rio de Janeiro e São Paulo 1923-1943 .

A obra relata a história do Rádio focalizando a presença feminina no período de 1923 a 1943, nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Dentro do contexto histórico da época, aborda o trabalho das pioneiras em diversas manifestações culturais, sociais e profissionais. Numa época em que o trabalho feminino ficava restrito à unidade familiar, a publicação apresenta artistas que atuaram como cantoras, atrizes e locutoras, além dos programas de calouros, femininos e infantis. Uma contribuição documental que poderá auxiliar estudantes e profissionais de comunicação. O Rádio tem uma história que precisa ser conhecida e reconhecida. É necessário valorizar os artistas que tiveram que aprender trabalhando.
Para conhecer mais visite o blog: depassagempelosestudios.blogspot.com