A SUPER-REACÇÃO
(Dezembro 1924)
Quasi todos os radiófilos tentam, dia a dia, obter no seu aparelho, um maior rendimento que, devido aos seus constantes estudos, chegam a alcançar verdadeiros “records”.
Assim, Armstrong inventou um curioso dispositivo que permite tirar de um tubo de vácuo, toda a sua potência amplificadora, alcançando, portanto, resultados taes que as montagens vulgares só poderiam ser obtidas com o emprego de dez ou mais tubos amplificadores.
Nas recepções em que se emprega a reacção, faz-se reagir, sobre o circuito filamento grelha d’um dos tubos, as oscilações recolhidas no circuito filamento-placa, já anteriormente amplificadas por esse mesmo tubo.
Este processo pôde comparar-se, no seu principio, ao empregado quando excitamos um dínamo com a sua própria corrente. Devido á reacção, o aumento das variações da tensão sobre a grelha provoca, egualmente, um aumento correspondente nas variações da corrente do circuito filamento-placa, o qual, reagindo novamente sobre a grelha, dá origem a uma nova amplificação, e assim sucessivamente.
Contudo, a amplificação assim obtida tem limites que se manifestam logo que o tubo começa a produzir oscilações locaes, as quaes, interferindo-se com as oscilações recebidas, tornam a recepção impossível.
A interferência d’estas oscilações limitam, portanto, o emprego da reacção, visto que, introduzindo-a mais, o tubo funciona como gerador, sendo, por isso, a recepção anulada. O estado eléctrico do tubo é, pois, instável, visto que qualquer perturbação eléctrica dá origem a uma oscilação local no amplificador, o que inutilisa completamente o sistema de recepção.
O fim da super-reacção é, devido a disposições especiaes, anular precisamente essas oscilações locaes, evitando-se assim que o tubo funcione como gerador, o que permite introduzir mais reacção no circuito e, por consequência, utilizar até ao máximo o poder amplificador do tubo de trez eléctrodos.
Amstrong teve a feliz ideia de sufocar estas oscilações locaes, o que conseguiu com o emprego de um segundo tubo chamado “oscilatório”, enviando no seu circuito-placa do tubo receptor uma corrente intermitente que anula periodicamente essas oscilações, quer aumentando o potencial da grelha, quer diminuindo o da placa. Estas interrupções devem fazer-se n’uma frequência bastante elevada, para que o ouvido não seja por ellas impressionado - por exemplo: 20.000 interrupções por segundo.
N’este caso, as oscilações de alta frequência não teem tempo de se combinarem no tubo e pôde, portanto, aproveitar a amplificação considerável resultante da existência negativa, emquanto a placa é alimentada.
Na pratica, basta modificar, com o auxilio de um tubo oscilatório, a tensão da grelha, o que torna a resistência do circuito umas vezes positiva, outras negativa.
Uma montagem em super-reacção comprehende, portanto, um tubo receptor com reacção normal e um tubo oscilatório convenientemente fornecido de circuitos apropriados para a producção de oscilações de 20000/100000 períodos.
Devido á sensibilidade d’esta montagem, deve-se empregar sempre a super-reacção com um quadro e não com uma antena, sendo esta sensibilidade tanto maior quanto menor for a onda a receber; nada se lucrando quando pretendermos receber com uma super-reacção, o comprimento de ondas superior a 600 metros.
Para regular este aparelho, é necessário muita persistência até adquirir a pratica indispensável para distinguir a onda, dos ruidos manifestados no aparelho.
Para a sua regulagem basta tornar o filamento (do tubo de vácuo) brilhante e, colocando o rotor e stator do variometro em angulo recto, dar valores a C até que se consiga ouvir o silvo característico da onda a receber. Quando tal suceder, basta regular o variometro e o condensador C convenientemente, para obtermos uma audição perfeita.
Se o quadro estiver bem orientado, apenas é necessário fazer variar o condensador C, para obtermos a síntonisação dos nossos aparelhos.
Com estas montagens construidas nas condições devidas, torna-se relativamente fácil ouvir, em altisono, os concertos americanos.
Nota: Foi preservado o português original
Comentários
Anónimo (não verificado)
Qua, 2006-11-29 03:35
Ligação permanente
gostaria de fazer uma antena
gostaria de fazer uma antena para ¨corujar¨(ouvir) a policia rodoviaria, mas n sei a frequência q ales usam,tenho a formula,mas se tivesse a medida e o desenho da antena,seria mais simples. obrigado...