Engenheiro de som: Moreno Pinto
Guitarra acústica: José Niza
Percurssão: Paulo Gil
Piano: José Calvário
Saxofone: Ramos Jorge (Rão)
Voz: Mário Viegas
Mário Viegas viveu com furiosa velocidade. Actuou, encenou, amou Samuel Beckett mais que todos, traduziu peças, fez sessões públicas com Zeca Afonso ao lado e a Pide em cima, destruiu discos (do nacional-cançonetismo), gravou discos de costas para João Villaret, escreveu crónicas, teve programas de rádio e séries televisivas dedicadas à poesia nas quais deu a conhecer também o grande humorista que sempre foi.
Fez mais deste país. O programa “Palavras Ditas”, exibido na RTP entre 1978 e 1982, projectou a sua popularidade para lá do círculo restrito dos palcos teatrais. Nos anos 90, vieram as “Palavras Vivas”, pedradas no charco dos dias entorpecidos da produção televisiva portuguesa da época.
E ainda houve tempo para fundar companhias de teatro, a última das quais a Companhia Teatral do Chiado a que dedicou os últimos anos de vida.
É pouco? Falta um posto: o da Presidência da República de Portugal, ao qual se pseudo-candidatou em 1995, não sem motivo: “encetar a carreira mais fácil, menos efémera e com reforma assegurada”.
Era a doer: “Não sabe o que quer para o País, mas o País sabe o que quer dele! Não quer ser o Presidente de Todos os Portugueses!” Tinha como lema “o sonho ao poder”. O actor-candidato apostava então numa política sem máscaras a que só a doença conseguiu pôr travão.