Como fixar bases de válvulas

Separadores primários

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Válvula tipo CY2 com o rejuntamento limpo

Bases fenólicas afrouxavam-se facilmente nas válvulas antigas, principalmente nas "pata-de-elefante" (base P8A). Nas octais de algumas marcas o problema também acontecia, não raramente.

Válvula com invólucro de vidro solto é fácil de ser danificada, principalmente ao se tentar retirá-la do soquete. Nas válvulas Philips tipo pata-de-elefante a operação é ainda mais crítica: como o cemento usado pela fábrica na fixação do bulbo era frequentemente de baixa adesão ao vidro e como o soquete mantinha elevada pressão nos pinos da válvula, podia acontecer de o bulbo separar-se da base.

Alguns colegas têm usado vedantes à base de silicone para consertar válvulas com o bulbo frouxo. Funciona, em alguns casos, mas é difícil de se obter um acabamento liso e perfeito com silicone. Outro problema é que a maioria das "colas" de silicone, principalmente as capazes de suportar temperaturas elevadas, tem base acética que corrói os fios dos pinos das válvulas.

"Bonders" e outros cianocrilatos também não proporcionam bom acabamento. Acontece o mesmo com "colas para juntas de motores diesel", que alguns apregoam na internet. Ficam com acabamento horroroso e lambuzado. Os cianocrilatos costumam "branquear" e não possuem coeficiente de expansão semelhante ao do vidro.

Melhores resultados temos obtido sem o uso de colas convencionais. Antigamente o cemento usado pelas fábricas de válvulas continha algum tipo de pó de rocha, laca em escamas, anilina e resina dissolvida em álcool.

Bons resultados são possíveis com o uso de rejuntamentos para porcelanatos. Desenvolvidos para pisos cerâmicos, proporcionam excelente desempenho nas válvulas eletrônicas. Tem ótima aderência, apresentam excelente acabamento (basta limpá-los com um esponja úmida), estão disponíveis em muitas cores, inclusive em preto, são baratos e de fácil aplicação. Geralmente são bicomponentes, em embalagens de um quilo. Com um quilo dá para rejuntar dezenas de bulbos frouxos de válvulas antigas. Se você for amigo de alguém que trabalhe na aplicação de cerâmicas poderá conseguir, de graça, um pouco do material já preparado.

Na nossa prática tivemos excelente desempenho com rejuntamentos da marca Weber Quartzolit. Outro produto semelhante que também pode dar bons resultados é a argamassa de assentamento/rejuntamento de tijolos refratários, mas infelizmente está disponível apenas em embalagens de 20kg -- quantidade excessiva para a nossas aplicações. Seria um desperdício.

Na próxima vez que precisar consertar válvulas antigas com bulbo frouxo, pense em rejuntamentos da linha cimentícia que sirvam para porcelanatos, vidro ou piscinas. São preparados com cimento Portland, mais agregados minerais, polímeros e aditivos especiais. Possuem resistência à flexão maior ou igual a 3 MPa e possibilitam acabamentos limpos e superlisos.

Siga rigorosamente as instruções de preparo. Faça pequenas quantidades de cada vez. O melhor é que o preparado fique com uma consistência de creme: isso facilita a aplicação na base da válvula. Com uma pequena espátula flexível ou um palito de picolé faça o produto penetrar na ranhura entre o vidro da válvula e o suporte da base. Espere de 15 a 45 minutos e remova o excesso de rejuntamento com uma esponja úmida. Antes de instalar a válvula no soquete aguarde a cura total do produto (v. as instruções da embalagem).

Na foto Válvula tipo CY2 com o rejuntamento limpo e curado. O rejuntamento preto fica com excelente acabamento e é quase imperceptível entre o invólucro de vidro e a base fenólica.