Válvulas indicadoras de sintonia ou, tecnicamente falando, válvulas de raios eletrônicos, também conhecidas pelo nome "olho-mágico", são itens que valorizam receptores antigos. Inventada em 1930 como dispositivo para facilitar a sintonia das estações, a novidade, com o seu brilho fosforescente, desde cedo provocou interesse e certo fascínio entre os proprietários de aparelhos de rádio.
A denominação "Magic-Eye" veio através do lançamento da RCA, em 1935, da 6E5, a primeira das válvulas desse tipo. Além de indicadoras de sintonia em receptores, as válvulas tipo "olho-mágico" tiveram uso também em instrumentos de medida, como medidoras de intensidade ou nível de sinal, na indicação de balanço ou nível em gravações de sinais de áudio, do ponto de ressonância de circuitos de RF, da porcentagem de modulação etc.
A válvula 6E5 pode ser substituída, embora com alteração no valor de resistores para compensar a menor sensibilidade, diretamente pela 6U5. Para uso em aparelhos com filamentos de 12V, existe uma equivalente direta, a 1629, geralmente mais barata e mais fácil de ser encontrada. A 6E5 na atualidade pode ser substituída por válvulas russas com funcionamento equivalente. Conferir pelos manuais de válvulas e pelas tabelas de equivalências.
Vários modelos de rádios antigos brasileiros, principalmente os montados a partir de conjuntos, eram comercializados com a opção "sem" ou "com" olho-mágico. O circuito era idêntico: o montador poderia instalar a válvula posteriormente. Houve também fabricantes, como a Invictus, cujo modelo com a válvula 6E5 já montada recebeu a denominação "Glória 48", por exemplo, e a versão sem a 6E5, mas com praticamente o mesmo circuito, recebeu a identificação "Glória 5".
Para o reparador ou experimentador com experiência em circuitos valvulados, a instalação de válvula tipo "olho -mágico" em receptores superheterodinos com transformador de alimentação, que contem com circuito de CAV, controle automático de volume, não apresentará dificuldade. Baseie-se pelos manuais de válvulas. Nos receptores tipo CA/CC, ou seja, sem transformador, a montagem de válvula "olho-mágico" eventualmente também poderá ser feita, mas exigirá uma análise criteriosa do aparelho e, provavelmente, um circuito independente para a alimentação da válvula. Nos receptores vendidos antigamente em forma de conjuntos de montagens, o chassi e o mostrador geralmente já previam espaço, inclusive com suporte, para a instalação da válvula "olho-mágico".
Nas válvulas indicadoras de sintonia como a 6E5, os pinos 1 e 6 correspondem ao filamento. O pino 2 é o da placa do triodo. O pino 3 é o da grade de controle do triodo. O pino 4 é o que corresponde à tela luminosa e vai ligado ao +B. O pino 5 é o catodo.
Geralmente o catodo (5) e um lado do filamento da 6E5 são ligados ao chassi. O pino da placa (4) vai ao + B do receptor, através de um resistor de 1 megohm, sendo ligado, em muitos aparelhos comerciais, junto ao terminal de +B do soquete da válvula de saída. Entre os pinos 4 e 2 é conectado um resistor de 1 megohm. Em alguns aparelhos esse resistor era instalado internamente no conector da 6E5. Entre o pino 3 (grade) e 5 (catodo) às vezes era empregado um capacitor de 0,05 microfarads (50 nF). Para completar, a grade (pino 3) da 6E5 é conectada ao circuito de CAV. Nas legendas das fotos que acompanham esta postagem, apresentamos mais detalhes.