

A melhor alternativa para a recuperação e limpeza de peças como capacitores variáveis antigos é por ultrassom. Através de cavitação por ultrassom, consegue-se uma limpeza profunda e até a desoxidação em muitos componentes usados em eletrônica. Há aparelhos de ultrassom por preços bem acessíveis no mercado.
Para quem não tem acesso a equipamento de limpeza por ultrassom, uma outra alternativa que funciona bem para a limpeza de peças como capacitores variáveis é a máquina de lavar-louças doméstica.
Nas fotografias vemos um capacitor variável da marca Torotor, dinamarquês, recuperado da sucata. Os componentes fabricados pela Torotor eram de elevada qualidade: foram importados e vendidos no Brasil por volta dos anos 50.
Antes da limpeza, o capacitor apresentava inclusive curtos entre as placas, por sujidades. Depois de passar pela máquina lava-louças usando detergente em pó próprio, Finish Advance, e secante da mesma marca, o capacitor ficou limpo e a leitura de capacitâncias voltou a ser 0-535 pF, girando sem curtos-circuitos entre as placas.
As manchas de oxidação na carcaça do variável podem ser removidas com polimento e produto adequado. Como se tratava de restauração, preferimos deixar as manchas como estavam, para manter a aparência "natural" de envelhecimento pelo tempo. Depois da lavagem e da secagem recomenda-se lubrificar novamente o eixo e as esferas do eixo. Evite WD-40 e desengripantes semelhantes: são mais para oficinas mecânicas.
Muito cuidado ao tentar fazer a limpeza de capacitores variáveis antigos manualmente, por "esfregação" ou com produtos cáusticos. Capacitores como os da foto são delicados e de precisão. Para conseguir uma montagem compacta e com elevada capacitância final, as placas são finas e muito próximas, menos de 0,3 mm quando o variável está totalmente fechado. Vinagres e outros produtos acabarão comprometendo o acabamento do metal e voltarão a prejudicar o funcionamento do variável no futuro.