Obviamente que a adaptação de diodos de silício no lugar de uma válvula retificadora não se trata de restauração. "Restaurar" é devolver ao objeto as suas características originais. No caso, trata-se de uma adaptação.

Adaptações não podem ser apresentadas como restaurações. Profissional correto não apresenta adaptação - mesmo bem executada - como se fosse obra de restauração. No máximo, trata como "recuperação", "reparação" ou até "melhoria", caso o aparelho original apresentasse defeito crônico, por exemplo.

Quais são os limites para melhorias ou "modernizações" efetuadas em equipamentos antigos? Qual é a fronteira entre reparações e gambiarras efetuadas em aparelhos históricos?

É altamente discutível, tecnicamente, a "vantagem" de substituir válvulas retificadoras por diodos em aparelhos antigos. Não há sentido, igualmente, em apresentar como "melhoria" a adaptação de transistor, no lugar de válvula convencional, facilmente encontrável, no circuito original de um receptor antigo.

Adaptações são aceitáveis quando são a única solução para devolver ao equipamento a sua funcionalidade - e quando o componente original não mais existe ou não é possível a sua substituição por um igual.

O profissional correto deve informar isso nas ofertas do produto: "receptor antigo modificado" ou "receptor que sofreu adaptações para que pudesse funcionar novamente". Equipamento fuçado ou que sofreu adaptações tem o seu valor grandemente depreciado. Nunca será uma "relíquia" ou "raridade", como se vê por aí, nos anúncios do Mercado Livre, por exemplo.