O nome "Rimlock" vem do sistema com anel de travamento, entre a base da válvula, de oito pinos, e o soquete. As válvulas tipo Rimlock foram produzidas na fábrica holandesa da Philips, entre 1940 e 1950. Logo no início essa linha de válvulas se destacou por suas boas características, tanto mecânicas como, principalmente, elétricas. Eram de pequenas dimensões e tinham base de construção robusta. Era fácil de alinhar os pinos no soquete. Apresentavam menor consumo de filamento e tinham bom desempenho inclusive em frequências elevadas.
No Brasil as válvulas tipo Rimlock começaram a ser adotadas nos projetos e na fabricação de receptores principalmente a partir de 1950. Para a difusão e sucesso do novo tipo de válvulas no Brasil e até na América Latina, muito contribuiu o Laboratório de Aplicações Eletrônicas da Ibrape, que desenvolveu projetos e construiu protótipos de equipamentos. Os protótipos eram estudados e passavam a ser adotados nas linhas de produção de receptores das indústrias eletrônicas nacionais.
Outro grande impulso na aplicação das novas válvulas foram artigos técnicos publicados nas revistas especializadas em eletrônica. Um desses artigos foi o memorável "Um receptor com válvula Rimlock", publicado em Antenna de fevereiro de 1950, de autoria do engenheiro Nicolas V. Dachin. O projeto era baseado nas válvulas ECH42, EF41, EBC41, EL41 e EZ40. Utilizava transformadores de FI com núcleo de "ferroxcube" e jogos de bobinas para ondas médias e curtas que podiam ser Douglas, Tiple, Inpar ou Comar, por exemplo. Logo diversos outros fabricantes de conjuntos de bobinas desenvolveram produtos para essa linha de válvulas e muitos modelos de receptores usando a linha Rimlock tomavam conta do mercado.
Pode-se afirmar que, na época, as válvulas Rimlock foram o ponto de partida para a produção, em grande escala, de receptores, tanto pelas indústrias de eletrônica do Brasil, como pelos experimentadores. Logo em seguida a Ibrape inaugurava, em 1953, a primeira indústria brasileira de válvulas receptoras. Foi não somente pela instalação da fábrica da Ibrape, mas também através das válvulas tipo Rimlock, que se acelerou o desenvolvimento das indústrias de eletrônica no Brasil. Além da Philips, muitas outras empresas nacionais como a Invictus, a Semp e a Empire (Pintucci & Spadari) incrementaram extraordinariamente as suas produções. A Invictus ─ que começou a fabricar rádios em 1943, embora pouco lembrada hoje ─ logo se tornou a maior indústria eletrônica da América do Sul. No início montava já 15 mil aparelhos de rádio por mês. Foi a pioneira na fabricação de rádios e televisores no Brasil.