A RÁDIO EM TEMPO DE GUERRA
por LAURA MATTOS da Folha de São Paulo
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O presidente dos EUA, George W. Bush, faz um discurso em rede, no qual dá um ultimato de 48 horas para o presidente iraquiano, Saddam Hussein, deixar o país |
Um dos primeiros prédios destruídos pelas bombas dos EUA no Iraque foi a sede da principal estação de rádio de Bagdá, controlada pelo governo. Depois, aviões das forças anglo-americanas passaram a sobrevoar o país com transmissores potentes que emitem programação em ondas curtas, AM e FM. No ar, música árabe e mensagens para que o povo deixe de apoiar Saddam.
Nesse confronto, a rádio poderá ter um papel estratégico ainda mais importante que o da televisão, já que a maior parte da população iraquiana, pobre, tem pouco acesso aos caros-e raros- aparelhos de TV do país.
Além disso, viabilizar uma transmissão de rádio "pirata" é bem mais simples para os Estados Unidos do que invadir as frequências da televisão de Saddam.
Os transmissores dos aviões das forças de coligação têm potência tão alta que chegam a "cobrir" as estações locais do Iraque. Assim, além de falar directamente à população do país, os EUA ainda dificultam a comunicação entre Saddam e os seus súbditos.
A "programação" despejada no dial da região chega a durar cinco horas por dia e já foi baptizada de Rádio Iraque Livre.
A transmissão faz parte da guerra psicológica. À tentativa de coacção dos civis, soma-se o objectivo de abalar os militares inimigos. "Esse método, parte do plano de operações psicológicas, é geralmente muito eficiente. Uma estação de rádio pode ter uma cobertura enorme e é montada com facilidade durante o confronto", diz Luiz Roberto Peret Antunes, 51, coronel do Exército brasileiro, que permaneceu como oficial de ligação do Brasil no Exército dos EUA, no Kansas, em 2000 e 2001.
Segundo ele, para essas acções, normalmente são usados civis especialistas em mídia, como, por exemplo, locutores e jornalistas.
No Iraque, todas as rádios (além de TVs e jornais) estão ao serviço de Saddam. E deu ao primogênito a função de controlar os órgãos de comunicação. Foi pelo dial que Uday Hussein disse, pouco antes das primeiras explosões em Bagdá:
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"Este é o nosso dia. Vamos começar a lutar. Vamos todos morrer como mártires fiéis. Seremos vitoriosos". |
Comentários
Anónimo (não verificado)
Qui, 2007-05-24 22:58
Ligação permanente
muito bom
aeeeew, me ajudou num trabalho ;D valeu hein