Samuel Finley Breese Morse (1791 - 1872)
Filho de um pastor protestante, Morse nasceu em 1791, numa familia de antigas tradições puritanas de Charlestown (Massachusetts), nos Estados Unidos. Primeiro estudou na sua cidade, depois na Phillips Academy; aos 14 anos, entrou para a Universidade de Yale.
Foi Ali que se começaram a definir claramente aqueles que foram os interesses dominantes da sua vida: a pintura e a electricidade. Esta última muito o atraía, mas apenas como estudo. Não se propunha seguir a carreira de físico pesquisador, porque esse campo, na época, tinha reduzidas aplicações práticas. Quanto à arte, estava seguro de si: sabia manejar o lápis e o pincel, seria pintor.
Assim, em 1811, partiu em companhia do seu amigo e mestre Washington Allston para a Inglaterra, onde se tornou discípulo de Benjamin West, célebre pintor americano, que residia em Londres e o acolheu de boa vontade. Deve ter aproveitado bem as lições do compatriota, pois, em 13 de outubro do mesmo ano, obteve a medalha de ouro da Sociedade de Arte com a obra Morte de Hércules. Depois de um breve período de aperfeiçoamento, em 1815, considerou-se apto a trabalhar sozinho E retornou à sua terra, para iniciar a carreira de desenhista, dura e difícil, que o obrigou a viajar por muitas terras em busca de clientes.
Contudo, não se interessava apenas pela arte. Durante esse tempo, inventou uma bomba a pressão adaptada para os serviços contra incêndios. Enquanto o pincel corria na tela, retratando pessoas modestas a preços modestos, o cérebro pensava mais ambiciosamente. Em Boston conheceu a sua futura esposa, Lucy Walker. Meses depois, casaram-se, indo morar em Charleston e, depois, em New Haven. Foram os anos amargos da sua vida: embora continuasse a trabalhar incansavelmente, não conseguia obter a segurança material para a mulher e os três filhos, chegando até a conjecturar uma impossível carreira diplomática no México.
Finalmente, o sucesso: obteve o encargo de retratar o primeiro cliente famoso, o Marquês de La Fayette. Era o início de sua fortuna, atingida tarde demais: enquanto se afastava de casa, a mulher morria do coração sem que ele a pudesse ver. O seu êxito aumentava dia a dia. O quadro de La Fayette havia dado fama (hoje é conservado, juntamente com outra obra célebre, A Velha Casa dos Representantes, na Galeria Corcoran, de Washington), tornando-o muito requisitado para pintar retratos. Começou a fazer conferências; fundou a Academia Nacional de Desenho, da qual foi o primeiro presidente; juntamente com John William Drapere, introduziu o processo de impressão Daguerre nos Estados Unidos. Todas essas actividades permitiram acumular o dinheiro que tanto lhe serviria durante os anos em que se dedicou à sua célebre invenção.
Em 1829, retornou à Europa. Depois de haver visitado as mais famosas pinacotecas, estabeleceu-se em Paris, onde se tornou um dos membros mais activos da colônia de artistas americanos. Um dia, a conversa amistosa recaiu sobre os meios de comunicação. Alguém exprimiu o desejo de que existisse algo veloz para enviar mensagens urgentes. Morse sugeriu: "Por que não a electricidade? Viaja mais rápido que o som".
Naquela época, o meio mais rápido de comunicação ainda era praticamente o cavalo. Pode-se imaginar, por exemplo, quanto tempo levava uma notícia para ir de Moscovo a Paris. A necessidade de sistemas mais eficientes era bastante sentida num mundo fervilhante, no limiar da Revolução Industrial, com o consumo, a produção e o comércio a sofrer rápida evolução.
A frase, dita na conversa com os amigos, atormentou o pintor que, a bordo do Sully, atravessava o Atlântico, de volta à América. O capitão do navio e os passageiros discutiam com Morse os detalhes do assunto. A transmissão de palavras a distância tornara-se idéia fixa. Nos seus rascunhos não mais se encontravam retratos ou esboços de figuras e paisagens, mas sim esquemas do telégrafo. O primeiro esquema era um dispositivo igual ao brinquedo. Morse
compreendeu que aquela idéia primitiva não convenceria ninguém e continuou a pesquisar, para desenvolver o seu projecto e torná-lo comercialmente interessante. E, nesse processo, passou 12 anos.
De início, continuou a executar retratos, para recolher o dinheiro que empregaria no seu sustento e nas suas experiências; depois, retirou-se para Nova York, vivendo num único quarto, descuidando-se de alimento e vestuário. Naquela época Morse foi atingido por uma das mais cruéis decepções da sua vida. O governo do seu país abriu um concurso entre os artistas dos Estados Unidos para a decoração da rotunda do Capitólio. Como pintor, esperava ser um dos escolhidos, mas o seu nome foi afastado sob suspeita de ser o autor de artigos atacando o Comitê do Congresso encarregado da escolha dos artistas. Foi a partir de então que Morse decidiu dedicar-se unicamente ao trabalho de inventor.
Para não pedir empréstimos, vendeu tudo que possuía. O artista, outrora elegante e popular, tornou-se um inventor mal visto, considerado louco por haver trocado uma carreira promissora por um sonho impossível. Mas ele superava todos os obstáculos: em 1835, aceitou o cargo de professor de história da arte e de desenho na Universidade de Nova York, para poder continuar com as suas experiências.
Finalmente, no dia 2 de dezembro de 1837, apresentou a um grupo de amigos a sua criação: um circuito telegráfico com o comprimento de 420 metros. Entre os que assistiram à demonstração estava Alfred Vail, rico proprietário de ferrarias, dotado de um notável tino comercial. Ofereceu a Morse o patrocínio do lançamento da invenção, para a qual previa um grande futuro. Colocou à sua disposição dinheiro e locais nas ferrarias, para que o inventor pudesse prosseguir as experiências. Morse aceitou e requereu imediatamente a patente para a sua invenção.
Em 24 de janeiro de 1838, demonstrou o seu aparelho na Universidade de Nova York, transmitindo a primeira mensagem: "Atenção,Universo!" Em fevereiro do mesmo ano, repetiu-a diante do Congresso, onde teve um frio acolhimento. Como a América parecia não aceitar o telégrafo, partiu para a Europa em busca de melhor sorte mas, no Velho Continente, o desinteresse foi idêntico. Na Inglaterra, dois inventores, Wheatstone e Cooke, já haviam criado qualquer coisa semelhante; na França, foi-lhe concedida a patente, mas sem qualquer compensação financeira; na Rússia, o czar mostrou-se absolutamente indiferente.
Enquanto isso, Morse não perdia tempo. Sabia que não bastava ter realizado o esquema inicial; era necessário construir qualquer coisa capaz de transmitir a distâncias bastante grandes. Por isso, trabalhou na idéia que deveria decretar a possibilidade de aplicação do seu princípio.
A primeira idéia havia sido a de utilizar sinais eléctricos, a segunda, a invenção do código que leva o seu nome. A terceira foi a de adoptar um sistema de relé para transmitir o sinal através de grandes distâncias. Um sinal eléctrico atenua-se se é transmitido por um fio demasiado longo. Morse pensou então em utilizá-lo, antes que ficasse muito fraco, para acionar um relé que fizesse repartir um novo sinal potente num novo trecho da linha.
Ao voltar à América, estava reduzido à miséria. Somente em 1843 obteve o primeiro levantamento de verba do congresso: 30.000 dolares. O financiamento foi aprovado com maioria de apenas seis votos. A 24 de maio de 1844 inaugurou-se a primeira linha experimental, entre Washington e Baltimore (64 km de distância), com a transmissão e recepção da frase: "What hath God wrough" (Eis o que Deus realizou).
No entanto, os contratos tiveram de aguardar enquanto se defrontava com uma série de acusações e processos para defender os seus direitos. O testemunho do capitão do Sully e dos passageiros convenceram finalmente os tribunais e, já idoso, pôde colher os frutos do persistente labor. Então, rico e famoso, casou-se com Sarah Griswold. Obteve honras de todos os países. Em qualquer parte via o sucesso das suas invenções, do telégrafo de cabos transatlânticos ao uso universal do seu alfabeto em código.
A sua morte, ocorrida em 1872, foi serena. Um médico auscultava-lhe o coração, depois de ter sido chamado por causa de uma leve indisposição. Apoiando o estetoscópio no seu peito, disse, para animá-lo: "Assim telegrafam os médicos". "Bom", respondeu Morse, e foi aquela a última palavra que pronunciou.
Comentários
nubia regina pi... (não verificado)
Seg, 2007-02-19 20:32
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agradecimento
Eu quero que esse código comtinue de um jeito que todos possam se comunicar de um paiz para o outro e quero dizer que eu amei o texto dessa pagina, e também que estou estudando no colegio sobre o código Morse.
Tenho 11 anos estou na 6ºserie e estou gostando de conhecer o CÓDIGO MORSE.
Giulia (não verificado)
Sex, 2008-02-08 00:29
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iNVENÇOES DE SAMUEL MORSE
olá, adorei esta pagina sobre samuel morse!
estou estudando sobre ele na escola tambem e gostaria de saber se ele inventou apenas o telegrafo e o codigo ou mais algo!
obrigada pela atençao!
Giulia
Lalinha daianynha (não verificado)
Seg, 2008-02-11 23:30
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Re: Samuel Morse
:O eu gostaria de saber quem era cientista,medico,engenheiro etc. pois nao estou encontrando no texto!!
por favor me ajudem!!! :?
Anónimo (não verificado)
Seg, 2008-02-25 18:22
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Re: Samuel Morse
ei voce studava no salesiano né por que no meu livro também tem isso....
na verdade o livro quer saber se ele era cientista, medico , engenheiro etc.!!!!!!!!!!!!!!
Anónimo (não verificado)
Ter, 2008-02-12 21:54
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Re: Samuel Morse
Olá,
adorei está página que fala sobre Samuel Morse eu estou estudando sobre ele e gostaria de saber duas coisas.
Se foram só o telégrafo e o Código Morse que Samuel inventou?
E quem era cientista,médico,engenheiro etc.?
Está sendo muito difícil de achar essas duas perguntas.
Obrigada
Pela atenção.
euuuuuuuuu (não verificado)
Ter, 2008-02-19 22:51
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Re: Samuel Morse
eu queria saber a s invençoes de morse e ñ a vida dele
mel (não verificado)
Qua, 2008-02-20 16:41
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Re: Samuel Morse
olá! adorei encontrar todas as respostas aqui nesta pagina!
vcs me ajudaram mt!
e os outros que nao encontram por favor, lei e vcs vao achar,mas lei com atençao!
bjauum
valeu
"D
Ray Britney (não verificado)
Ter, 2008-03-04 12:03
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Re: Samuel Morse
oi zente!.
legal essa biografia né? :D
eu estudo no sale!! :DD
André & Alan (não verificado)
Ter, 2008-03-04 12:11
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Re: Samuel Morse
Achei essa pesquisa muito completa e achei o maximo!!!!!
Parabens para quem editou essa pagina.
André & Alan: alunos do Salesiano JC
Ray Spears (não verificado)
Ter, 2008-03-04 12:13
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Re: Samuel Morse
Olá Gente :DD
Adorei Essa pagina.
até q é mais rapida do que ir em página em página no google
eu e minha amiga Barbara utilizamos muito essa página para o dever de português
Eu Estudo do Salesiano de Jardim Camburi.