
DORINHA, MEU AMOR
Dorinha, meu amor
Porque me fazes chorar?
E sou um pecador
E sofro só por te amar
Não sei qual a razão
Que eu sofro tanto assim
Castigo sim, castigo sim
Imploro a Deus
Para vencer o teu amor
O teu amor, amor
Dorinha juro que
Só pensarei em ti
Somente em ti
Somente em ti
Só tu que podes dar
Alívio a esta dor
Ao teu cantor, cantor
Gravada originalmente na Odeon em 1928 por Mário Reis, acompanhado pela Orquestra Pan American, e lançada em discos 78 rpm.
Outras gravações conhecidas são as de César de Alencar (1957), Solon Sales (1957), Gabriel Antônio de Azeredo (violino, 1957), Ribamar (piano), Altamiro Carrilho e sua Bandinha, Os Tradicionais (1969), Mário Zan (1969), Paulo Tapajós (1974), Ivanildo (sax, 1989), Banda do Canecão (1973), Luiz Melodia (1989), entre outras.
Ao lado de Gosto que me enrosco, Dorinha, meu amor conquistou a preferência do público no carnaval de 1929. Com ritmo amaxixado, a temática "amor e dor" predomina nesse samba de versos líricos e forte sentimentalismo: amar, chorar, sofrer, perpassam todo o poema, onde pecado e castigo se misturam ao desabafo do trovador que oferece à sua amada "uma cantiga de amor", nos moldes da lírica medieval (Só tu que podes dar / Alívio a esta dor / Ao teu cantor...cantor).
O amor parece distante, impossível, restando aquele que sofre a possibilidade de entoar uma canção... ou um samba. Mais uma vez o verbo "jurar" – tão comum nas letras da época – aparece significando súplica e fidelidade.
Retirado e adaptado de Letras com cifras