Decorria o ano de 1969, acabado de ser admitido ao serviço da ENR vindo da Grundig/Braga, onde por diversos factores o micróbio se manifestara e com que actividade "porque proibido" era mais apetecido, e lá ia eu só á noite, quando sabia serem reduzidos, ou mesmo nulos os mirones, arrastando e carregando ás costas serra acima além do equipamento de 2 metros, um pequeno gravador, a antena, 3 cassetes, a bateria para alimentar o pequeno emissor modulado em frequençia que dessipava cerca de 3 Wats, tudo construção caseira, fazendo com que fosse ouvido nos Carvalhos, mais própriamente no Perosinho, onde um amigo que entretanto o pusera de sentinela alerta, me informava via 2 metros das condições da referida emissão "apenas música", folclore, com o objectivo de melhor se identificar.
Entretanto só decorridos quase 20 anos se daria a explosão das radios piratas que tanto desiludiram tantos, "actuais radios locais" nas quais tanto me empenhei, embora no fim apenas contemplado com esse prazer, e refiro-me especialmente á da minha terra, para esquecer as que dos concelhos limitrofes também pari.
Ás costas
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Comentários
Inconformado (não verificado)
Seg, 2007-01-01 11:38
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Bons tempos
Ora aqui está uma história da história que ainda falta escrever.
Refiro-me às rádios piratas, tantas, de tanta gente anónima, pessoas que acreditavam que a rádio só poderia ser livre, feita para as populações, se estivesse fora dos grandes puderes, concentrados nas grandes cidades, melhor dizendo, na capital.
Foram muitos os que andaram com os emissores às costas, os que fugiram da polícia e mesmo alguns a enfrentaram.
Infelizmente pouco se tem escrito sobre esta fase da rádio, embora, talvez, reste muito pouco para contar, a não ser uma enorme decepção e um sentimento de que não valeu a pena o esforço. O panorama actual é o espelho de um ideal que foi totalmente deturpado, tornando-se mais num negócio da china do que um trabalho em benefício das populações que apenas sabem, e continuam a saber, das notícias de Lisboa, do tempo em Lisboa, do trânsito em Lisboa...
Durante as madrugadas de emissão da RDP há um locutor que, depois do último "pi" assinalando a hora, diz "são 6 horas em Lisboa"!.
Gaita! E o resto do país?
Anónimo (não verificado)
Qui, 2007-01-04 23:39
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Para: António Silva
artur fernandes
Caríssimo amigo "permita assim tratá-lo" mas seu comentário comoveu-me de certo modo, deu-me a impressão também ter sido um desses que "tal como eu" não só passou algumas penas de Cristo, mas nem calcula "caro amigo" quantos equipamentos me foram apreendidos, mas que imediátamente substituia por outros, que préviamente já possuía camuflados, voltava logo a construir outros que seriam a reserva, não podia interromper a emissão por uma coisa tão rudimentar e caracteristica como era defacto a vista inesperada do ICP, actual ANACON, mas o pior foi quando em 1993 véspera de Natal estavam próximas as 07,00 da tarde era noite claro, mantinha no ar uma Emissão de Televisão "pirata" no canal 42, por ser próximo de outro espanhol muito apreciado, batem-me á porta, como que se se tratasse de um mafioso, ou criminoso, empurram fortemente A PORTA que já se encontrava entreaberta e atiram-me por terra, que sem eu fazer ou oferecer qualquer tipo de resistençia entraram e só mais tarde reparo ter a minha moradia "uma humilde vivenda" totalmente rodeada por agentes da GNR,demoraram umas 5 ou mais horas, a fazer o levantamento dos equipamentos, levaram o que quiseram, que me pertençia ou não, até o que se encontrava ainda embalado e facturado para venda num dos estabelecimentos que minha mulher na altura possuia, e que nada tinha a ver com a apreenssão em si.
Este comentário que certamente nem poderá ser assim considerado, é veridico de como a autoridade actua abusando dos meios ao seu dispor, para mais tarde verificar-se, que grande parte desses equipamentos então aprendidos se encontrariam na posse "conforme já referi" de pedreiros, trolhas, ferreiros e outros que a enumerar.
Fico por aqui tristemente, devido aos factos.
Rutra1
Dom, 2007-01-07 17:39
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Nunca jamais.
Nunca alguém jamais "por muito que escreva" poderá retractar referindo ocorrências, factos que para a radio existir, e já nem pretendo recordar os de cuja idade mais avançada, merecendo todo o carinho, elogios e homenagens, que por muito que façamos ou se faça, nunca lhes pagaremos pela enorme dedicação e privações certamente de toda a ordem, e já sem referir nos riscos e eram muitos, que também corri e que paguei por eles "BEM CARO" em épocas muito mais recentes, relativamente ás referidas, que tantos foram, nem de todas me safei, por isso a minha desilusão/revolta, embora apenas se cumpria a lei "diziam-me", para uns considerada natural que passava despercebida, mas quando ainda mais for conhecido, quando se verifica que os dividendos desse esforço e riscos, outros actualmente colhem os frutos e como!
Não é isto caso para a DESILUSÃO, e REVOLTA?..
E isto porque nunca pretendi acusar, apontar, ou perseguir algo, ou alguém, “para mim” apenas estava em causa o amor que dedicava á radio ao serviço das populações, fossem elas quem fossem, com ideias, ou sem elas, nada me importava, todas as cores me eram iguais, embora desse conta, que o mesmo não era visto em mim, por isso o sucedido cobardemente, mas o que ainda mais choca é acusações de tudo e nem sei de quê, ou porquê, ameaças, essas são o dia-a-dia, os processos em tribunal contam-se por dezenas, apenas por exigir o que me pertençe, de uma radio apenas, das imensas "como disse que construí, montei e intalei.
Se o desabado "que assim poderá ser considerado" for achado "despropositado" poderá não ser inserido. Obrigados
Rutra1
Dom, 2007-01-14 15:18
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Não é verdade?
Quem é que da vida não tem algo para contar? e, refiro-me a factos concretos que a radio lhe proporcionara" nem que seja comentar em jeito de resumo, porque recordar tudo, quando a memória já não permite, que resta além da boa vontade em tentar "pelo menos" bons bocados, tal como amigos, on nem sendo, sim porque quem não teve de tudo um pouco?
De tal forma quem sabe, os vindouros de certa maneira, se orgulhem um pouco mais do que actualmente o fazemos, embora de forma tão rudimentar, quanto mesquinha, mas quantas BOAS VONTADES !
Sendo como é verdade os nossos antecessores tudo dedicarem para que surgisse essa coisa maravilhosa a que "alguns" chamaram mágica "RADIO" não é menos verdade que, ainda actualmente e "embora já decorressem mais de vinte anos desde que tem inicio a pirataria das RADIO LOCAIS, continuem no esquecimento os justos direitos que deveriam ter sido devidamente, ou no mínimo acautelados, dos que para isso então ser tudo dedicaram, e refiro-me precisamente nem mais nem menos ao seguinte...
Quantos são os que a essa causa deram tudo de si, de seu salário, de seu conforto, de suas refeições sem serem, de sua privacidade, e descanso, e para quê, se podem contar-se pelos dedos das mãos os que são detentores de qualquer ALVARÁ, e que actualmente se sabe estarem a ser comercializados, "não sei se dentro ou fora da lei" o que nem vem para o caso, mas que todo esta trapalhada tem sido injustamente tratada lá isso tem, e sendo como é, a mais pura das VERDADES, será necessário como urgente serem revistas tantas situações análogas.
Por me sentir ofendido e mal tratado, cujas dificuldades por isso motivadas, exijo dos que tem poderes para tal, ACTUAÇÃO com ISENÇÃO.
Rutra1
Dom, 2007-01-14 18:34
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Se viver é recordar, que é isto ?
Pessoas que bem conhecidas, não fazem, ou nunca fizeram a mínima ideia do imenso trabalho, sem falar em canseiras, dores de cabeça, compromissos, preocupações, responsabilidades, despesas, para inicialmente colocar e manter uma emissão de radio no ar, se nem é menos verdade em épocas não muito distantes "ou ainda actualmente?" bastar possuir uns €€€€, e adquirir numa das imensas casas da especialidade um equipamento, instalar a antena já previamente adaptada onde ligará um coaxial ao emissor e pouco mais, mas temos que recuar muitos anos para atribuir o valor a quem o merece com justiça.
E não me refiro apenas aos radioamadores, porque esses “alguns” já assim nem se lhe deveria chamar, que me perdoem os verdadeiros amantes que, "construíram o seu "1º equipamento" com muito ou menos custo talvez apenas de AM, certamente, em que o Emissor era separado do Receptor, ou já mais recente como eu faria em 1969, que construí primeiramente, um receptor de banda corrida desde os 24 aos 30 Mc/s e, quando pretendi construir o emissor dentro mais ou menos da mesma frequência, não queiram saber a carga de trabalhos que arranjei, mas lá consegui com a abertura frontal de um orifício por onde realizava a mudança de CRISTAL, porque era difícil encontrar um comutador com as posições necessárias para esses pretendidos, e resolvo assim o problema, quando queria mudar a frequência, retirava o cristal e introduzia o que me interessava, mas apenas quando descubri em Barcelona/Espanha uma casa que me forneceria todos os cristais que pretende-se, mais tarde, construiria então outro conjunto, Emissor e Receptor em separado para os 2 metros, 144-146Mc/s, e que utilizaria durante muitos anos, que ainda possuo, tal como outro de AM com as bandas dos 10m aos 40m, também separado o Emissor do Receptor, e que a tudo já não atribuo qualquer valor, a não ser o estimativo por se tratarem de equipamentos por mim construídos.
Mas aos que ás costas "conforme já foi dito anteriormente" pela calada da noite, algures em qualquer local ermo, quanto mais alto melhor, ensaiavam-se equipamentos que premiariam ou não "dependendo de quantas circunstâncias, ou condições atmosféricas, que cansadamente carregados ou arrastados encosta acima durante algumas horas, já sem contar com o êxito, ou desastre da missão, ou emissão, e do respectivo regresso, que já amanhecia quanta vez, quando se estava de volta a casa, tudo "embora passado recentemente", a verdade é que já são decorridos anos demais que parecem esquecidos no tempo e por tanta gente.
Seja-me ainda permitido recordar com muita amizade e saudade, alguns que tanto deram á radio e muitos mais ao RADIOAMADORISMO e não só em Portugal, com quem efectuei alguns QSOs…CT1EM, CT1EY, CT1XY, CT1PK, CT1NQ, CT1GE, CT1FW, CT1WH, CT1AZ, CT1AL, CT4AL, além doutros que nem recordo, mas também porque não recordo alguma vez ter a felicidade de ter efectuado contacto com os seguintes “embora os ouvisse muita vez” CT1AP, CT1UP, CT1DT, o mais conhecido de todos, além de tantos tantos outros que igualmente merecedores e para quem cujos respeitos e agradecimentos aqui deixo, CT4LZ.
Anónimo (não verificado)
Sáb, 2007-01-20 22:01
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Não é qualquer tipo de
Não é qualquer tipo de represália, receio ou o que se poderia chamar medo, o que até hoje nunca senti, além da idade actual já sem permitir certas brincadeiras que antes nem passavam mesmo disso.
Mas, é minha única intenção em jeito de comentário que nem poderá ser muito extenso, é o de simples observador, que outros a vista nua lhes parece passar despercebida.
Conforme é dito, jamais pagaremos aos que de si deram tudo para a RADIO até hoje e actualmente ser, ou ter sido o único e mais eficaz veiculo transportador de informações, e sobretudo sem as deturpar, por isso e muito mais OBRIGADO.
Rutra1
Seg, 2007-01-15 11:27
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Comentário de louvor
Porque o comentário "certíssimo" merece sem qualquer dúvida o louvor de cada palavra, e por isso me antecipava acrescentando "sem motivo" que ainda bem o amigo não ter passado por tal, e que espero muito sinceramente nunca venha a saber com verdade o que isso é, e porque magoa, pareçendo doença! OBRIGADO
Anónimo (não verificado)
Seg, 2007-01-22 10:38
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Caríssimo amigo "permita
Caríssimo amigo "permita assim tratá-lo" mas seu comentário comoveu-me de certo modo, deu-me a impressão também ter sido um desses que "tal como eu" não só passou algumas penas de Cristo, mas nem calcula "caro amigo" quantos equipamentos me foram apreendidos, mas que imediátamente substituia por outros, que préviamente já possuía camuflados, voltava logo a construir outros que seriam a reserva, não podia interromper a emissão por uma coisa tão rudimentar e caracteristica como era defacto a vista inesperada do ICP, actual ANACON, mas o pior foi quando em 1993 véspera de Natal estavam próximas as 07,00 da tarde era noite claro, mantinha no ar uma Emissão de Televisão "pirata" no canal 42, por ser próximo de outro espanhol muito apreciado, batem-me á porta, como que se se tratasse de um mafioso, ou criminoso, empurram fortemente A PORTA que já se encontrava entreaberta e atiram-me por terra, que sem eu fazer ou oferecer qualquer tipo de resistençia entraram e só mais tarde reparo ter a minha moradia "uma humilde vivenda" totalmente rodeada por agentes da GNR,demoraram umas 5 ou mais horas, a fazer o levantamento dos equipamentos, levaram o que quiseram, que me pertençia ou não, até o que se encontrava ainda embalado e facturado para venda num dos estabelecimentos que minha mulher na altura possuia, e que nada tinha a ver com a apreenssão em si.
Este comentário que certamente nem poderá ser assim considerado, é veridico de como a autoridade actua abusando dos meios ao seu dispor, para mais tarde verificar-se, que grande parte desses equipamentos então aprendidos se encontrariam na posse "conforme já referi" de pedreiros, trolhas, ferreiros e outros que a enumerar.
Fico por aqui tristemente, devido aos factos.
Anónimo (não verificado)
Sáb, 2007-01-27 20:15
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Só uma achega
Porque são poucos os que esqueceram os bons dias da radio, dias onde alguns anos decorreram que parecidos eram uns com os anteriores, tal era a alegria e desejo de as populações possuirem a sua radio a radio na sua terra, embora "alguns parasitas" viriam a negociar o alvará mesmo sendo naturais da própria terra mas onde raras ocasiõs aí viviam
e o pouco que as visitavam, arrependiam-se logo de o ter feito, e são esses os filhos da terra, que a defendem vendendo o que nem lhes pertencia, sim porque, esse sendo concedido ao concelho e ás suas gentes, certo cavalheiro não tinha o direito de o vender e arrecadar o dinheiro até porque nem tinha sido ele a colocar a radio no ar, bem pelo contrário apoderou-se pouco e pouco oferecendo um rebuçado a este outro áquele, nem se deram conta do que ele preparava desde o inicio, e assim quando já possuidor da respectiva licença, trata logo de a negociar por quem mais desse, como se fosse uma coisa para tal.
aliás nem sei como a Radio Capital actual detentora desse alvará, pertença de Paredes de Coura, pode fazer isso, mas a verdade é que está feito e já não é de agora.