Rádio Renascença

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BREVE HISTÓRIA DA RÁDIO RENASCENÇA



Logo da Rádio Renascença


No dia 1 de Fevereiro de 1933, quem comprou, por 1 escudo e 50 centavos, a revista "Renascença" deparou com um artigo intitulado "Para um posto emissor ao serviço dosCatólicos", no qual foi lançada pela primeira vez a ideia da criação de um posto de rádio-telefonia.

A partir daqui desenvolveu-se um movimento de opinião pública, tomado em mãos pelo Pe. Lopes da Cruz, que, durante seis anos, manteve regularmente uma rubrica a defender a ideia. Começou então a ilustração Católica a registar donativos de vários pontos do país e os apoios foram surgindo a bom ritmo.

Em 19 de Março de 1934,enquanto o Pe. Lopes da Cruz congregava todos os esforços, o Cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira, Patriarca de Lisboa, deixou estas palavras: "Abençoamos gratamente os esforços para dotar Portugal com uma Estação Emissora de Radiotelefonia que possa competir com perfeição técnica com qualquer outra e bastar às necessidades modernas do Apostolado Católico. Nisto é preciso ver longe e largo. Como com a Imprensa, o que se fizer, deve ser feito com coragem, com largueza, com confiança". O Cardeal Cerejeira aprovou, em Julho de 1938, os estatutos da Liga dos Amigos da RR, uma associação de Direito Canónico destinada a apoiar o esforço de equipamento técnico da Estação.

Em Junho de 1936 tiveram início as primeiras experiências regulares com um emissor instalado na Charneca (Lisboa). E valeu a pena.

No primeiro dia de Janeiro do ano seguinte tiveram início as emissões diárias da RR em Onda Média e Onda Curta e o Pe. Lopes da Cruz aproveitou para pedir aos seus leitores/ouvintes o favor de se porem à escuta e transmitirem informações sobre o modo como ouviam a emissora-bebé. O resultado foi um verdadeiro sucesso. Cartas e telefonemas choveram na redacção da Revista Renascença. Estava então a nascer um grande projecto.

Um mês depois do início das emissões diárias, os estúdios da Rua Capelo ficaram prontos e a RR instalou-se nesse local onde ainda hoje permanece.


Miniatura do Papiro que oficializa a RR, clique na imagem para expandir

Em 10 de Abril de 1938 foi então oficializada a RR como membro da Acção Católica Portuguesa e o Pe. Lopes da Cruz assumia a responsabilidade de levar por diante este projecto.

Os estatutos da RR, num dos seus parágrafos, referiam, como acção prioritária, a montagem depostos emissores de radiodifusão e, quando possível, de televisão, com a finalidade de atingir todo o território nacional. Este documento, onde já se falava de televisão, data de Março de 1938.

Desde aí a RR não parou de crescer.

Degrau a degrau, surgiam emissores em todo o território que levavam cada vez mais longe a voz da Emissora Católica. Mas, para além da vontade de chegar a todos os portugueses, a Rádio Renascença tinha uma outra razão de ser.

A RR propunha fazer mais. É que para ser igual às outras e não transmitir nada de novo, a RR não teria qualquer sentido; uma Emissora Católica tem de ser, antes de mais, uma boa rádio; fazer também o que as outras fazem mas sempre à luz dos princípios doutrinários da Igreja.

Nessa altura, já a Emissora Católica tinha praticamente montada a actual rede de emissores, plano cumprido paulatinamente e apenas interrompido aquando da ocupação das instalações e destruição dos emissores da Buraca no período revolucionário de 1974/75, levadas a cabo por forças que tudo pretendiam subverter, até a própria Igreja.

No final de Dezembro de 75 a RR foi finalmente devolvida à Igreja e a 1 de Janeiro de 1976 retomou as emissões normais e o plano de instalação da rede de emissores. Emissores que fazem chegar a Voz da Emissora Católica a muitas partes do Globo.

No final da década de 70 têm início as emissões diárias experimentais em Onda Curta para os emigrantes portugueses, primeiro na Europa Central e, mais tarde, no Brasil.

E o projecto da RR não fica por aqui.

Líder absoluta de audiência desde 1978, a RR enfrenta novos desafios. Ao iniciar as comemorações dos 50 anos da sua existência, a Renascença passa a emitir duas programações distintas, 24 horas por dia, através da Rádio Renascença (OM e FM nacionais) e da RFM (FM estéreo nacional).

Além destes canais a RR emite programação de âmbito regional em OM e FM a partir de estúdios próprios instalados sucessivamente em diversas cidades, na sua maioria sedes de Dioceses, como Évora, Braga, Lisboa, Chaves, Porto, Viseu , Leiria e Elvas.

A 24 de Outubro de 1987, Sua Santidade o Papa João Paulo II recebe, em audiência particular no Vaticano, os membros do Conselho de Gerência da Rádio Renascença que lhe solicitam a sua benção apostólica para todos os seus colaboradores e filiados na LAR e para os projectos de desenvolvimento da RR.

A partir de 1980, a Rádio Renascença iniciou e conduziu o projecto, primeiro de uma televisão da Igreja e, mais tarde, quando este lhe foi recusado pelo Governo da altura, o processo de criação da TVI, até à obtenção do respectivo alvará de licenciamento. Concedido este, e substituída a RR na Direcção da TVI, empenhou-se a Emissora Católica no projecto da ARIC. Em Setembro de 1991, e em conjunto com diversas rádios locais, a RR promoveu e constituiu a referida Associação de Rádios de Inspiração Cristã. A colaboração entre as mais de 60 rádios reunidas nesta associação reveste-se de várias formas, desde o apoio técnico à emissão conjunta de programas. Posteriormente, incentivou-se a constituição da AIC - Associação de Imprensa Cristã - que se concretizou em 13 de Julho de 1992.

A RR é procurada por outras rádios de inspiração cristã europeias e, em Março de 94, é constituída a CERC - Conferência Europeia de Rádios Cristãs, que reúne presentemente, para além da Renascença, rádios de França, Espanha, Itália, Bélgica, Polónia e Letónia.

Nesta linha de orientação é constituída em Maio desse ano a NOVA - Federação dos Meios de Comunicação Social de Inspiração Cristã da qual fazem parte além da própria Emissora Católica, a ARIC, a AIC e a Universidade Católica.

A década de 90 confirma a RR como "a mais ouvida em Portugal" e a decisão de utilizar a transmissão via satélite faz com que os horizontes de expansão se alarguem tendo o céu como limite.

Em Portugal Continental, na Madeira, nos Açores, no resto da Europa, em África, na América, na Ásia, enfim, um pouco por todo o mundo ecoa a Voz da Emissora Católica, acompanhando os portugueses que estão dentro e fora da nação, estreitando laços de amizade, defendendo a língua e a cultura portuguesas, lançando um olhar cristão sobre a actualidade.



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