Vozes: Beatriz Roquette-Pinto

Separadores primários

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"Ah, choro, duplamente! Sempre que eu penso nele, sempre que eu penso no Roquette-Pinto, eu choro duplamente! Eu choro meu pai, o companheiro, trabalhei com ele, a vida inteira ao lado e choro muito a falta do brasileiro, muito! Porque eu acho que precisava ter muitos Roquettes agora, no Brasil. Sempre! Com aquele espírito que ele tinha, aquele amor pela gente dele, mas é um amor consciente, amor de pai para filho, que vê que o filho tem seus defeitos e que tem que educar! E não é aquele pai que diz: "Meu filho é o melhor do mundo, meu filho é inteligente.", ou encher o filho. Não, nada disso, não! É trabalhar para poder educar o seu filho bem! E dar o exemplo, é o amor! Esse amor que ele tinha, é uma coisa impressionante! O amor que ele tinha por essa gente e, engraçado: ele não era povo. Eu gosto de dizer isso, eu gosto muito de dizer isso. Porque ele nasceu – eu vou dizer, parece uma coisa – mas ele nasceu numa certa aristocracia. O meu pai nasceu, ele era aquela coisa de fazenda, neto de fazendeiro, tinha meios. Depois minha avó perdeu, vendia doces para fora, ficou pobre. Mas, quer dizer, do ponto de vista de educação. Então, ele não era povo, mas ele sentia mais o povo do que muita gente que mora na favela, que é povo! Ele sentia o povo dele! E eu acho isso algo muito bonito. E muito raro!

Era isso que eu queria ser..."

Comentários

para registrar o apreço e admiração por um dos maiores, senão o maior educador do Brasil.
Além da multiplicidade existencial orientou toda sua obra no propósito de educar o povo brasileiro. Este homem, que sozinho valia por uma academia inteira de cientista. Autor de uma das mais significantes obras de Antropologia (Rondonia), obra que por si só daria para assegurar a imortalidade de seu autor, ainda introduzio o Rádio no Brasil. tendo ainda realizado tantas outras obras que o espaço para este comentario seria muito pequeno para iniciar a obra deste grande brasileiro.