25 DE SETEMBRO - DIA MUNDIAL DA RADIODIFUSÃO
Que seria de nós sem ela? E se uma manhã, preguiçando ainda e dominando uma vontade terrível de voltar ao conforto dos lençóis, ao ligar o rádio, apenas ouvíssemos ruído, aquele sopro característico entre duas emissoras e a que os técnicos chamam “ruído branco”?
E se, pensando que a nossa emissora favorita está temporariamente fora do ar, ou alguém rodou o botão do dial, ao procurarmos nova emissora, verificássemos que nada havia, nada, apenas o tal ruído de uma brancura impertinente, acética, cega...
Talvez o rádio estivesse avariado... mas o “HI-FI” da sala está mudo, o rádio do carro também e mesmo aquele pequeno companheiro das monótonas horas de trabalho se recusa a emitir qualquer som!
É definitivo! Não há rádio!
E agora, onde está a música de que gostamos, a voz do nosso locutor preferido, o humor, a informação noticiosa, horária e de trânsito, a companhia que nos ajuda a acordar, a avançar na lentidão do tráfego matinal, nas penosas horas de trabalho e no regresso, pela noitinha, a casa, ao refúgio, ao céu?
Onde está aquela que, depois disto tudo, ainda nos ajuda a adormecer e, quantas vezes, a vencer a insónia?
Certamente isto é um sonho, melhor, um pesadelo. A rádio jamais acabará, jamais deixará que um sopro contínuo, desagradável, a substitua.
No entanto é sempre bom pensar que existem coisas, pequenas grandes coisas, que, se nos faltassem, fariam da nossa vida um grande “ruído branco”, acético, monótono, cego...
Por isso agradeço a todos os homens que dedicaram a sua vida à invenção e progresso da rádio, os conhecidos e os que a história esqueceu.
Obrigado Hertz, Landell, Marconi, Forest, Sarnoff, Edwin Armstrong...
Obrigado à RCA, PHILIPS, GENERAL ELECTRIC, WESTINGHOUSE, TELEFUNKEN...
Obrigado a Abílio Nunes, Fernando Pessa, Pedro Moutinho, Matos Maia, Maria Leonor... e também a João Chaves, Nuno Martins, Fernando Alves, Filipe Barros, José Neves...
Obrigado a todos. Sem vocês este seria um dia como qualquer outro, passando despercebido no meu calendário.