100 anos de rádio em Portugal Versão textual

Separadores primários

Read time: 5 mins

Versão textual do áudio
Nota: Esta conversão foi feita utilizando inteligência artificial e, como tal, pode conter alguns erros.

Olá e bem-vindos.

Hoje vamos fazer aqui uma viagem pela história da rádio.

Temos connosco material interessante do site A Minha Rádio, alguns textos académicos sobre Portugal.

A ideia é perceber como é que este meio surgiu, como evoluiu e como se reinventou, especialmente cá em Portugal.

Para começar, bem, temos os nomes óbvios, Marconi, a telegrafia sem fios, mas depois veio a questão e transmitir voz.

Como é que isso aconteceu?

Sim, isso é fascinante.

Porque a rádio, na verdade, não foi uma invenção isolada, foi mais uma acumulação de várias descobertas.

E as fontes que vimos até dizem que no início havia algum ceticismo.

O próprio Marconi achava que transmitir voz, bem, não era muito confidencial.

A sério?

Não fazia ideia.

Pois.

Mas depois tivemos experiências pioneiras.

O Fessenden, por exemplo, em 1906, que transmitiu voz e música na véspera de Natal.

E depois a KDKA, nos Estados Unidos, em 1920, a transmitir resultados eleitorais.

Isso abriu caminho.

E tornou-se popular muito depressa, não foi?

Lembro-me de ler que nos anos 30, durante a Grande Depressão nos Estados Unidos, era quase um membro da família.

Dava conforto.

Exatamente.

E o Roosevelt, claro, percebeu logo o potencial.

Foi, como dizem as fontes, o primeiro presidente de rádio.

Mas depois vieram os anos 50 e a televisão.

Um desafio gigante.

O material que analisámos é claro.

As estrelas, os programas, o dinheiro da publicidade, tudo a fugir para a TV.

A rádio teve que se adaptar.

E adaptou-se muito focando-se na música.

O rock and roll estava a explodir, o formato top 40 tornou-se quase uma jukebox.

É curioso isso.

E o FM, que prometia melhor som?

Pois, o FM, inventado pelo Armstrong já em 1933, mas demorou imenso tempo a impor-se.

E por que essa demora?

Só porque os rádios AM eram mais comuns?

Bem, as fontes sugerem que foi mais do que isso.

Havia grandes interesses económicos.

As grandes estações AM e os fabricantes de equipamentos não queriam perder o mercado que já tinham.

O FM só ganhou força mais tarde, muitas vezes por causa de estações mais pequenas, mais de nicho.

Interessante.

Olha, e trazendo a conversa para Portugal, como é que foi por cá?

As fontes apontam para as primeiras experiências, em 1914, um tal Fernando Medeiros, a Rádio Hertz.

Depois, emissões irregulares a partir de 1925, com a CT1AA, que era uma estação amadora.

E mesmo mais tarde, já nos anos 60, em pleno Estado Novo, houve inovação.

Fala-se no Luís Filipe Costa, no Rádio Clube Português.

Sim, conseguiu inovar mesmo com a censura.

Introduziu noticiários de hora a hora, uma linguagem mais viva.

Já era uma adaptação, lá está.

E depois chegamos aos anos 80, a explosão das Rádios Piratas.

Exato.

Ou Rádios Livres, como também se chamavam.

Surgiram, e pronto, num contexto pós-revolução, muita gente insatisfeita com as rádios do Estado.

Criam informação local, mais próxima, às vezes mais irreverente.

E havia tipos diferentes, não é?

Sim, as fontes distinguem bem.

Havia as amadoras, feitas por Carolice, como se dizia.

Outras, já semi-profissionais.

E depois projetos com ambição nacional, como a TSF, que nasceu em 84, primeiro como cooperativa, e tornou-se uma referência.

E essa fase das Piratas parece ter sido mesmo um ponto de viragem para o jornalismo na Rádio Portuguesa.

Sem dúvida.

Foi uma revolução.

O material que lemos destaca várias coisas.

Primeiro, o direto.

Passou a ser rei.

Cabrou-se a rigidez da programação.

O incêndio do Chiado, em 88, é um exemplo disso, não é?

Claríssimo.

A TSF, com dezenas de repórteres no terreno, horas e horas de emissão contínua.

Foi um marco.

E cabrou-se outra coisa.

A hierarquia da notícia.

Como assim?

Já não era obrigatório abrir sempre com o primeiro-ministro ou o presidente.

Podia-se, e cito-a das fontes, abrir com qualquer coisa que fosse relevante naquele momento.

Isso deve ter acelerado imenso o ritmo das notícias.

Exatamente.

E mudou a relação com as fontes.

Era o jornalista a definir o tempo, não o contrário.

E outra coisa fundamental.

Valorizou-se o som ambiente.

O som voltou à rádio, dizem as fontes.

Tornou tudo mais real, mais imersivo.

E a linguagem também mudou?

Mais informal, mais próxima.

Até se começou a valorizar o sotaque, as pronúncias locais.

E a formação acompanhou.

Surgiram cursos específicos, no sem-jor, na própria TSF, a complementar à aprendizagem que se fazia, pronto, na prática.

Avançando um pouco para os anos 2000, aí já vemos um regresso da voz, mais conversa, opinião, interação com os ouvintes.

Sim, um equilíbrio diferente, talvez.

E claro, sempre os novos desafios.

A internet, o podcasting como isto que estamos a fazer agora, e a música no telemóvel.

Portanto, fazendo aqui um balanço.

Vimos a rádio nascer quase como um telégrafo sem fios, tornar-se um meio de massa, levar um abanão com a TV, reinventar-se com a música.

Ser completamente transformada em Portugal pelas rádios piratas, que mudaram as regras do jornalismo.

E agora, adaptar-se à era digital.

É incrível.

É verdade.

A palavra-chave parece ser a mesma adaptação.

Sobreviveu porque foi encontrando novas funções.

Ser companhia musical, ser a voz local, dar a notícia no momento.

Levando à questão, claro, de até onde pode ir essa capacidade de se reinventar.

Pois, fica talvez essa reflexão final.

Com toda esta história de adaptação, qual é o espaço único que resta à rádio tradicional?

A emissão em FM ou AM?

Num mundo cheio de áudio digital, podcasts, playlists personalizadas, será que é essa ligação local, essa capacidade de criar uma comunidade que ouve em simultâneo, a sua maior força para o futuro?