Teatro radiofónico rápido (11)
Submetido por aminharadio em Dom, 2020-06-28 10:45"Encontros e reencontros de Alice e Alberto"
Nota prévia: este teatro radiofónico é ficção.
5


"Encontros e reencontros de Alice e Alberto"
Nota prévia: este teatro radiofónico é ficção.
5
Hoje é dia de escrita frenética, daí dois textos antes de retomar o teatro radiofónico propriamente dito.
No teatro radiofónico até 1974, e de modo simples, distingo os seguintes modelos: 1) heroico e patriótico do Estado Novo, 2) teatro nacional e internacional, 3) folhetins, 4) independente, e 5) SNI. Fixo-me no último.
Não consigo explicar racionalmente porque não gostei, nas duas primeiras leituras, do livro de António Moreira da Câmara, "Romance da Emissora. Lugar da Memória" (2007, Roma Editora, 93 páginas). Talvez pelo modo como se mostra desapontado com a rádio a seguir a 1974 (uso um termo neutro para justificar a sua atitude).
"Encontros e reencontros de Alice e Alberto"
Nota prévia: este teatro radiofónico é ficção. Se espreitarem aqui a realidade, oh, é puríssima coincidência!
4
[som de fundo: cafetaria, com vozes e sons de chavenas]
Alice: desculpe marcar para aqui, mas pareceu-me melhor virmos à Biblioteca Nacional e começarmos a ver o que podemos ler para adaptar.
"Encontros e reencontros de Alice e Alberto"
Nota prévia: este teatro radiofónico é ficção. Mas, por vezes, a realidade ajuda a melhorar a ficção e eu aproveito.
3
Voz E: Alberto, recebemos um telefonema da professora Alice Caeiro. Ela quer conversar contigo sobre um projeto de teatro radiofónico. Diz que precisa de falar contigo esta semana ou na próxima. Ela atende alunos às terças e sextas das duas às cinco da tarde. Podes aparecer num desses dias lá no gabinete dela na Faculdade de Letras.
"Encontros e reencontros de Alice e Alberto"
Nota prévia: este teatro radiofónico é ficção. Se notar alguma semelhança entre ficção e realidade, é uma coincidência feliz e mostra atenção na leitura.
2
[ruído de fundo: palmas]
Voz B: obrigado, professora Alice Caeiro, pela sua conferência.
[redução do som de palmas; depois, vozes a conversar]
Em abril de 1972, a Casa da Imprensa atribuía o prémio anual da rádio a três programas ex-aequo: Página Um, Tempo Zip e Vértice (este para o período de Rui Pedro como realizador). Vértice substituíra o horário do programa Em Órbita e procurou conservar o público e ampliá‑lo, mantendo o estilo musical, mas a tentar “aproximar vários ramos de literatura e filosofia ao ouvinte com pensamento e música popular e erudita”.
Uma proposta rápida traz problemas de planeamento. Esqueci-me do narrador. Até tinha pensado num coro ditirâmbico, mas fica apenas o narrador, eu próprio, apesar de eu ser lento a dizer as palavras de uma frase. Ora, o que tracei para a minha função?
"Encontros e reencontros de Alice e Alberto"
Nota prévia: este teatro radiofónico é ficção. Qualquer semelhança entre ficção e realidade é uma coincidência feliz. Mas não enjeito se a realidade ajudar a ficção, porque a torna mais fácil.
Personagens principais: Alice Caeiro, 40 anos; Alberto Fonseca, 25 anos
Primeiro encontro [ruído de fundo: vozes de pessoas em tom de conversa amigável]
Alice: Desculpe, como está? Eu vi a sua interpretação na peça de Marc-Gilbert Sauvajon, no Teatro Nacional, "Tchao".
Alberto: gostou?
Membro do radiomuseum.org
Condições de utilização