Rádio em Portugal

Histórico: Incêndio no teatro D. Maria II

A história do Teatro Nacional de D. Maria II está, de algum modo, associada ao triunfo do Romantismo e da burguesia portuguesa do século XIX. Com o advento do liberalismo, o sector mais progressista da intelectualidade nacional teve a oportunidade para desenvolver algumas linhas de acção de que a Cultura há muito sentia necessidade.

A vitória da revolução de 9 de Setembro de 1836 colocou Passos Manuel à frente do governo e uma das medidas de fomento cultural que esse estadista assumiu foi pensar o teatro português em termos globais. Através de uma portaria régia de 1836, encarregou Almeida Garrett da feitura "sem perda de tempo, de um plano para a fundação e organização de um Teatro Nacional, o qual, sendo uma escola de bom gosto, contribua para a civilização e aperfeiçoamento moral da nação portuguesa".

Foi necessário esperar pelo ano de 1846 para que finalmente tivesse lugar a inauguração do nosso primeiro Teatro Nacional. Nos finais do século XIX, quer em Lisboa, quer por todo o País foram-se edificando teatros de todos os tipos e tamanhos, uns melhores que outros no gosto ou no estilo, simbolizando o triunfo de uma certa forma de cultura burguesa, urbana e laica.

Não obstante as dificuldades crónicas resultantes da inércia, da burocracia e de outros atavismos muito nacionais, Garrett conseguiu em Julho de 1842, dar início ao processo de edificação do Teatro Nacional, cumprindo as funções para as quais tinha sido nomeado por Passos Manuel e pelo então Governador Civil de Lisboa, Joaquim Larcher.

O arquitecto italiano Fortunato Lodi projectou o edifício sobre as ruínas do antigo Paço dos Inquisidores, o Palácio dos Estáus, que servira de sede à Inquisição e que em 1836 tinha sido destruído por um incêndio.

Situado no topo norte da Praça do Rossio, foi construído por Fortunato Lodí.

O novo teatro representava também uma apropriação burguesa da prestigiada praça. A linguagem arquitectónica tem algumas bases neoclássicas (estrutura de templo romano, divisão tripartida do edifício, uso de silharia de junta fendida), embora tenha uma grande liberdade criadora, orientada por um certo gosto de opulência.

Nele colaboraram também os artistas Assis Rodrigues e António Manuel da Fonseca e alguns dos seus discípulos, autores da estátua de Gil Vicente, que remata o frontão da fachada virada para o Rossio. Pedra liós e mármore branco e rosa, constituem o edifício numa linguagem sob o signo do neoclassicismo.

A inauguração ocorreu no dia 13 de Abril de 1846, data do aniversário da Rainha D. Maria II.

A peça que por esta ocasião subiu à cena foi o drama histórico em cinco actos O Magriço e os Doze de Inglaterra, original de Jacinto Aguiar de Loureiro. A partir de então, o Teatro Nacional adoptou também a designação de "D. Maria II".

Na noite de 1 de Dezembro de 1964 um violento incêndio destruiu-o quase completamente, poupando apenas as paredes exteriores.

A tarefa de reconstrução demorou 14 anos, reabrindo, finalmente, as portas ao público na noite de 11 de Maio de 1978.

É esta espécie de maldição que se tem abatido sobre as salas de teatro em Portugal e que já levou a muitos incêndios. Mas este foi diferente: a rádio estava lá!

Ouça a reportagem realizada na noite de 1 de Dezembro de 1964 e a forma sentida, quase desesperada, com que o repórter fala do seu teatro, do teatro de todos os lisboetas.

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Imagem do teatro D. Maria II

Vozes: António Silva


ANTÓNIO SILVA


Foto do actor António Silva


António Maria da Silva nasce em Lisboa a 15 de Agosto de 1886. Filho da famílias humildes, começa a trabalhar cedo, como marçano. É depois empregado de retrosaria, caixeiro de drogaria e bombeiro, chegando ao posto de comandante.

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Foto do ator António Silva

Reportagem: Natal na central Tejo

A noite de Natal e a sua magia; a árvore com os seus enfeites, em alguns casos o presépio, os presentes e uma família feliz reunindo-se em torno de uma mesa partilhando palavras, saudades e alegria.

E tudo está bem: a refeição, os doces, os presentes. Há no ar um doce aroma a Natal. E ninguém se lembra de quem, para que o Natal aconteça em casa de cada um de nós, fica privado do seu próprio Natal.

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Imagem de natal

Vozes: Marcelo Caetano


Marcelo Caetano (1906-1980)

Político, professor e historiador, licenciou-se em Direito, na Universidade de Lisboa, e doutorou-se em 1931.

Foi um homem notável, marcando uma geração de professores e políticos. Durante a sua vida passou por vários cargos governativos, mas tornou-se conhecido do público em geral, quando, em 1968, na altura do afastamento de Salazar, foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros, cargo que ocupou até 1974, tendo sido deposto com o 25 de Abril.

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Imagem de Marcelo Caetano

Vozes: Américo Tomás


Américo Tomás (1894-1987)

Américo Tomás usou pouco a rádio. Falava apenas nas cerimónias oficiais e nas inaugurações de obras públicas. Segundo consta o texto que lia em cada inauguração era sempre igual variando apenas a indicação do local e uma ou outra palavra de circunstância.

A sua importância estava resumida a uma segunda figura do regime.

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Imagem de Américo Tomás

Extracto de "A ceia dos Cardeais"

A ceia dos Cardeais, de Júlio Dantas.


28 de Março de 1902: a obra literária "A Ceia dos Cardeais", de Júlio Dantas (O Dantas) é estreada no então Teatro D. Amélia (hoje Teatro São Luís), em Lisboa.

Este livro projectou o escritor no mundo, tendo 50 edições nas mais diversas línguas em 50 anos, atingindo 200 mil exemplares, o que era incalculável naqueles tempos da nossa Literatura.

Peça em um acto, em verso com Alves da Cunha, Assis Pacheco e João Vilaret

Data provável da gravação: 1961

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Representação teatral da Ceia dos Cardeais

Extracto do filme "A menina da rádio"

O aparecimento da rádio nos anos trinta e a sua importância na vida diária dos portugueses acaba por se reflectir no cinema que, curiosamente, também passava por uma fase de glória tendo atingido o apogeu em 1933 com o filme "A Canção de Lisboa", o primeiro filme sonoro.

"A Menina da rádio" e "O Pátio das Cantigas" são dois interessantes exemplos da popularidade da rádio narrando de forma cómica a maneira como eram feitas as emissões naquele tempo.

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Imagem de apresentação do filme

Extracto do filme "A canção de Lisboa"

Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo.

Realizado em 1933, foi o primeiro filme sonoro feito em Portugal.


Sinopse

Vasco Leitão (Vasco Santana), vive da mesada das tias, que vivem em Trás-os-Montes, que nunca vieram à capital, e o consideram um aluno cumpridor. Ora, o Vasco prefere os retiros e os arraiais, as cantigas populares e as mulheres bonitas, em particular Alice (Beatriz Costa), uma costureira do Bairro dos Castelinhos, o que não agrada ao pai, o alfaiate Caetano (António Silva), sabendo-o crivado de dívidas...

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Vasco Santana no Filme A Canção de Lisboa

O mais belo sinal horário


O MAIS BELO SINAL HORÁRIO


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A "RDP", Rádio Difusão Portuguesa, sucessora, com a revolução de Abril, da "Emissora Nacional", conservou, a despeito de tantos cortes drásticos com o passado, aquele que era já considerado o mais original e belo sinal horário do mundo.

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