Quinta-feira, 11 de Abril

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Cartas de uma passageira do Titanic, quinta-feira
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CARTAS DE UMA PASSAGEIRA DO TITANIC



Imagem de um bloco e uma 
caneta


Quinta-feira, 11 de Abril de 1912

Amiga
Cá estou eu de novo a relatar a mais louca, fantástica e única aventura da minha vida. Hoje esteve tudo muito mais calmo. Depois da euforia de ontem as pessoas assentaram na realidade que vivem e, estão a tentar tirar o máximo partido daquilo que esta viagem tem para oferecer. Eu já dei algumas voltas, mas apenas pelos sítios aos quais tenho acesso, que como sabes viajo em segunda classe, mas faço questão de ir espreitar as “outras classes”, quero tirar o máximo desta viagem. Afinal nada tenho a perder. Só Deus sabe o que me espera.

Sabes amiga, que tenho procurado não pensar no Robert, mas não é fácil. O que pensará de mim? Não, não vou entrar por aí. Afinal a viagem foi ideia dele, não tenho culpa que se tenha acobardado mesmo no final. Esta viagem ia ser o início da nossa nova vida, longe da sua mulher, do seu dinheiro e família. Não sei o que o fez desistir, depois de me ter prometido o céu e a terra.

Por isso resolvi que se a não fizesse com ele faria sem ele. Como é óbvio não tinha dinheiro, portanto resgatei-o da sua conta. Imagino que esse falso já pôs a polícia à minha procura. Como nos podemos dar tanto e decepcionarmo-nos ainda mais?...

Chega! Estou aqui para me divertir e esquecer, não para lembrar. Nos Estados Unidos pensarei no meu futuro.

Então, já conheci alguns passageiros e temos feito alguns jogos. Nem imaginas amiga joguei cricket! Acredita! Isto é enorme e as potencialidades de diversão são imensas. Estamos em pleno oceano, rumo à “terra prometida”. Amanhã vou explorar o barco, ver pormenores e conhecer outras pessoas.



Aurora